Abordagem integral sobre tendinopatias
Hoje reuniram-se os principais especialistas em tendinopatias para apresentar as mais recentes evidências sobre fisiopatologia, clínica da dor, protocolos de prevenção, intervenção e reabilitação de lesões em tendões.
Após sua apresentação na edição do ano passado, o Dr. Gil Rodas, diretor do departamento médico do BIHUB apresentou o Tendon Injury Guide do FC Barcelona. Este guia foi desenvolvido por diferentes especialistas que trabalham, de maneira integral com as lesões de tendões: desde a fisiopatologia e fatores de risco, diagnósticos e tratamentos até a manipulação de diferentes lesões nos tendões, de acordo com o tipo de tendão lesionado.
Epidemiologia das lesões tendinosas e fatores de risco
Na primeira etapa da jornada que foi dedicada à análise epidemiológica das lesões, o Dr. Martin Hägglund, pesquisador do Footbal Research Group, apresentou alguns estudos comprovando que os atletas que praticam atividades em campo têm até duas vezes mais de chances de sofrerem lesões, ou seja, duas vezes mais que os goleiros. Além disso, analisamos tanto os fatores internos como externos. Por exemplo, ficou demonstrado que ao sofrer uma lesão prévia possivelmente ela seja um dos principais fatores de risco, pois existem reincidências de aproximadamente 27% de tendinopatias do tendão de Aquiles nos dois primeiros meses após o retorno às práticas esportivas. Também, formam detectados que os riscos de sofrerem problemas de tendões é de 2 a 5 vezes superior em homens que em mulheres, de acordo com indicações de diferentes estudos.
Informações importantes trazidas pelo Dr. Hägglund foi o uso de antibióticos como fluoroquinolonas que podem potencializar o risco de rupturas dos tendões de Aquiles em 2,5 vezes. Também estes antibióticos se combinados com corticoesteoides elevam os riscos em 5 vezes.
Ao mesmo tempo o Dr. Markus Walden, cirurgião ortopédico e pesquisador do Football Research Group, apresentou estudos epidemiológicos que comprovam como os times apresentam uma média de 4 lesões de tendão por temporada o que representa 7% do total de lesões nas equipes. Nos casos destas lesões, as do tendão de Aquiles são duas vezes mais frequentes que as que atingem o tendão rotuliano. Estas informações representam somente 30% dos problemas em tendões os quais induzem que atletas percam jogos; isso revela que a maioria deles podem conviver com tendinopatias de uma forma normal.
Fisioterapia durante os processos de tendinopatia: importância da matriz interfascicular (IFM)
Por último, a Dra. Jill Cook, fisioterapeuta, professora e pesquisadora da Universidade La Trobe analisou as incidências fitopatológicas nas tendinopatias. Apesar de que durante os anos 80 e 90 acreditava-se que os processos inflamatórios eram fomentados por problemas nos tendões, Cook explica que os “modelos baseados em modificações celulares parecem ser os principais motivadores das tendinopatias”. Em relação ao processo, ficou claro a importância da matriz interfascicular (Interfascicular matrix), pois as alterações nas estruturas podem ser o fator que desencadeia problemas nos tendões.
Por isso, uma vez que perdemos os tecidos cognitivos por sobrecarga importante, ocorrem remodelações desta matriz de colágeno que converte essa condição uma situação irreversível. Assim, “se não detectarmos o ponto onde a matriz interfascicular sofre este estres, ela pode começar a sofrer descompensações e perder tecido conector, o que faria que o tendão passe de ser um tendão reacionário a um tendão degenerativo”.