Treinar quando não existe treinamento
Imaginar nosso desempenho em qualquer prática esportiva demonstrou ser um complemento altamente produtivo para melhorar nosso desempenho esportivo como um todo.
Nos esportes de equipe, o placar final de uma partida não é exclusivo do técnico ou dos atletas. A sorte ou o bom desempenho da equipe adversária pode ocasionar um resultado indesejado, apesar de realizarem jogadas brilhantes. Talvez seja por isso que as superstições e as crenças que os atletas erroneamente desenvolvem tenham um lugar significativo em sua preparação para os campeonatos.1,2 Por se tratar de pequenas ações como, por exemplo, evitar a cor amarela nos equipamentos ou a necessidade de pisar duas vezes seguidas com o pé direito ao entrar em campo. Mas também podem afetar as atividades físicas incluídas nos protocolos de prevenção a lesões ou na proposta de aquecimento pré-jogo.
As crenças dos atletas podem se confrontarem com a evidência científica que geralmente sustenta as rotinas de interferência do corpo técnico. A Figura 1 apresenta a relação entre a potência das evidências científicas e a força nas crenças dos atletas quando a intenção é modificar ou introduzir um comportamento ou uma interferência nova que poderia melhorar o desempenho. Quando a evidência científica concorda com as crenças de um atleta, é relativamente fácil evitar ou introduzir uma nova perspectiva (quadrante 1). Se um atleta desenvolver comportamentos que não são sustentados pela ciência, pode ser melhor suportar a atividade e esperar o momento oportuno onde o desempenho não seja o esperado, o que poderia abrir um leque de oportunidades para aprender a adotar perspectivas mais concretas cientificamente (quadro (quadrante 2). Quando a evidência científica que acontecerá, é preciso ser paciente e entendê-lo. No momento apropriado, é recomendável falar sobre os modelos de atletas que adotam interferências com bases científicas. Pode ser mais fácil conseguir a aceitação do atleta e tentar uma nova interferência com bases em evidências científicas em um período da temporada que não seja de alto risco para atingir as metas no âmbito esportivo (quadrante 3). Se as crenças dos atletas e a evidência científica concordam em avaliar negativamente uma atuação, o recomendável é não o utilizar (quadrante 4).
A decisão mais adequada de um técnico quanto ao que fazer em cada momento, qual a melhor recomendação a seguir ou ainda o que os atletas acreditem ser o melhor a fazer, é a chave para não gerar conflitos desnecessários e conseguir deles a melhor versão possível. É conveniente considerar que, as superstições que os atletas acreditam podem ser uma fonte importante para sua auto confiança. Pode não ser uma boa ideia interferir em seus hábitos antes de um jogo de grande importância. Deste mesmo modo, as crenças erradas ou a falta de convicção dos atletas, mediante uma medida proposta pelos preparadores físicos pode conduzi-los ao sucesso.
Definitivamente é preciso ter em mente que, uma equipe é constituída por diferentes pessoas, com culturas esportivas distintas e com crenças muitas vezes contrárias às propostas da evidência científica. Trata-se de buscar o momento ideal para convencer e alterar um comportamento que não é o apropriado para um atleta, ainda que ele ou ela acreditem ser o contrário. A ciência, as crenças dos atletas e a tradição podem apontar em diferentes direções. O importante é ter conhecimento e propor rotinas mais adequadas de preparação sustentadas pela ciência assim como saber lidar com os atletas e suas crenças.
Carlos Lago Peñas
Referências
1 Buchheit, M. (2017). Houston, We Still Have a Problem. Int. J. Sports Physiol. Perform. 12, 1111-1114.
2 Calleja-González J, Terrados N, Martín-Acero R, Lago-Peñas C, Jukic I, Mielgo-Ayuso J, Marqués-Jiménez D, Delextrat A and Ostojic S (2018) Happiness vs. Wellness During the Recovery Process in High Performance Sport. Front. Physiol. 9:1598.
Um editorial publicado na revista The Orthopaedic Journal of Sports Medicine —em que participaram alguns membros dos serviços médicos do clube— propõe considerar também a arquitetura íntima da zona afetada, ou seja, valorizar a matriz extracelular, como ator fundamental no prognóstico da lesão.
Muitos dos inúmeros estudos a esse respeito, contudo, analisam essas exigências tendo apenas em conta algumas variáveis ou empregando janelas de tempo muito alargadas. Um novo estudo realizado por preparadores físicos do F.C. Barcelona analisou vários desses dados com mais precisão.
Neste artigo, Tim Gabbett e a sua equipa fornecem um guia convivial para os profissionais, ao descrever o objetivo geral da gestão de carga aos treinadores.
Pela primeira vez se prova que não são necessários meses de treino, apenas duas semanas de exercícios adequados são o suficiente para melhorar significativamente o volume e a força muscular.
É importante treinar com exercícios do tipo excéntrico para prevenir possíveis danos. No entanto, o treino intensivo também pode causar alguns danos a nível muscular, que devem ser monitorizados para minimizar o risco de lesão.
A resistência cardiovascular surgiu como moderador do resultado da carga a que se sujeita o desportista.
Através da visão por computador, podemos identificar alguns défices em relação à orientação corporal dos jogadores em diferentes situações de jogo.