Um dos maiores desafios nas favelas brasileiras, é fazer com que seus filhos e jovens permaneçam na escola. A educação é uma conquista essencial se você quiser melhorar as duras condições de vida em que se desenvolvem. Isso é explicado por Pedro Paulo Ferreira, presidente da associação de moradores do Morro da Mineira, uma das muitas favelas que cercam o Rio de Janeiro. Mas o treinamento não é a única coisa, ele adverte, e quase igualmente importante é que as crianças tenham espaços na vizinhança onde podem passar seu tempo de lazer sem cair no crime. Especialmente os estádios de futebol, porque esse é o esporte rei brasileiro, que é jogado todo o tempo, em todos os lugares.
No Morro da Mineira era impossível jogá-lo. O estádio antigo não tinha terreno adequado e o deck das arquibancadas estava perfurado por buracos de balas. Quando foi restaurado, foi feito de uma maneira completamente nova. “Na minha vida eu tinha ouvido falar de energia cinética”, declara Ferreira. E essa foi a chave.
Porque não só ele, mas todos os alunos das escolas da favela, participaram ativamente da reabilitação do campo. Conceitos de aprendizagem, como fontes alternativas de energia, energia cinética e engenharia aplicada. O engenheiro britânico Laurence Kemball-Cook é o promotor dessa ideia revolucionária, de que jogar futebol pode produzir eletricidade e ele estava encarregado de ensiná-los. Reunindo-os, primeiro no campo antigo, pediu-lhes que saltassem em grupos, saltando de pé, em cima de uma instalação do seu pavimento cinético. Meninos e meninas saltavam como em um jogo, que estava se tornando mais dinâmico, até que no final eles gritavam, divertidos, ha, ha, ha, ha! Então o milagre aconteceu. A lâmpada que Laurence levava em suas mãos se iluminou.