Em resumo, daqui se depreende que a bola e o jogador que tem a sua posse podem ser DoFs relevantes a ter em consideração quando se tenta entender (cientistas) e treinar (técnicos) o sistema em estudo (ou seja, o futebol). A mensagem a reter aqui é, portanto, que técnicos e cientistas devem estar cientes de que, se não escolherem os devidos DoFs, poderão escravizar as suas teorias sobre o jogo (cientistas) ou os seus estilos de jogo (técnicos). Por outras palavras, quando a escolha de DoFs de um cientista não parecer correta, as suas teorias tornam-se escravas da interpretação dos resultados do modelo matemático. Da mesma forma, se um técnico não manipular as variáveis corretas, em cada treino, para restringir o comportamento da equipa ao estilo de jogo desejado, o estilo torna-se escravo das más interpretações que o técnico faz das variáveis de jogo (DoFs) para conseguir o estilo de jogo desejado.
A publicação do próximo mês abordará a ontologia do futebol para responder a questões como: Que relações, de entre os DoFs, mantêm a natureza sistémica do futebol? Em primeiro lugar, o que é o sistema? e outras da mesma natureza.
Maurici A. López-Felip. Center for the Ecological Study of Perception and Action, USATeam Sports Department at Futbol Club Barcelona, Barça Innovation Hub, Espanha.
Referências
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