A qualidade dos dados
Por último, nesta mesa Data on the field especialistas em futebol e em basquete coincidem ao serem céticos com o auge da análise de dados. Sergi Oliva, do Philadelphia 76ers, nos comentou sobre a necessidade de discriminar os dados que são recopilados para selecionar os que realmente podem contribuir com algo importante. Durante anos, na NBA foram analisados dados, de acordo com seus critérios, que desde a década de 50 começaram a ser recopilados, comentou. Uma informação que marcou a maneira de entender o basquete e avaliar os atletas, mas que não refletia exatamente o que acontecia na quadra e induziu a muitos erros até o surgimento do rastreamento há seis ou sete anos, o que levou a uma reflexão sobre o que será compilado. Um exemplo positivo citado foi o de um observador coletar dados de eficiência de um ou dois atletas. Estas porcentagens poderiam ajudar o treinador na decisão estratégica, comentou.
Charlie Rohlf, Sr Director – Stats Technology Product Development da NBA, considerou que o tratamento dos dados deve ser realizado sempre com índole educativa. Se o espectador descobre novos códigos esportivos graças a estas informações teremos uma maior fidelização. Neste sentido, é necessária a incorporação da figura do especialista para a interpretação desses dados e dos sinais que os índices indicarem. Do seu ponto de vista, a informação estatística que o basquete necessita deverá conter todos os tipos de jogadas de cada atleta e a defesa com o número de alinhamentos.
Finalmente Ian Graham, do Liverpool CF, se manifestou em relação às estatísticas que ainda não duvidosas. Os mesmos dados podem ser vistos no perfil dos atletas que não apresentam grande qualidade e vice-versa. Ainda falta muito para que estes dados tenham resultados nos investimentos que os clubes realizam e as decisões que são tomadas. Para poder interpretar o big data falta algo mais que uma simples leitura das cifras, porque elas mostram uma realidade complexa, finaliza. Além disso, alerta sobre um problema, se dermos excessiva importância aos dados, correremos o risco de que a obsessão leve os atletas a se apavorarem e modificarem seu jogo só para apresentarem melhores resultados.