Treinar quando não existe treinamento
Imaginar nosso desempenho em qualquer prática esportiva demonstrou ser um complemento altamente produtivo para melhorar nosso desempenho esportivo como um todo.
Traços fisiológicos, antropométricos e psicológicos são parcialmente herdados, mas o interesse em descobrir técnicas que possam prever o talento esportivo, através do uso da genética, aumentou nos últimos anos. Um dos avanços mais utilizados nesta área é a identificação de variações na sequência do DNA, conhecidas como polimorfismos de nucleotídeo único (SNP), pois alguns são associados a fatores que podem afetar o rendimento esportivo. Uma recente revisão descreveu que até 155 marcadores genéticos podem estar relacionados com “o perfil do atleta de elite” (2).
Um dos mais populares é conhecido como “gene da velocidade”, o ACTN3. Uma simples substituição de uma base de citocina por uma de timina neste gene, torna deficiente a expressão de uma proteína relacionada com as fibras rápidas. Isso faz com que pessoas que possuem dois alelos alterados (genótipo XX) tenham uma menor porcentagem de fibras rápidas, o que pode repercutir no rendimento em esportes de potência. Por isso, ter alelos RR (sem alterações) está relacionado com os perfis de velocistas entre outros esportes de potência, enquanto que, ter um genótipo XX parece estar associado a um fenótipo contrário. No entanto, é importante mencionar que, embora em algumas pesquisas foram encontrados em atletas de velocidade com uma menor incidência do genótipo XX (1,7), em outras não foram encontradas diferenças entre grupos de controle e velocistas (jamaicanos e americanos) (6). Inclusive, uma pesquisa de Lucía e colaboradores (3) constatou que, um atleta do salto em distância espanhol que participou dos Jogos Olímpicos de 2012 tinha o genótipo XX (o “lento”). Ou seja, um atleta do salto em distância, que, pelas análises genéticas utilizadas não apresentava, a princípio, um perfil “elite”, distanciou-se apenas 5 cm do outro atleta medalhista do outro em Londres.
Com base nestes resultados, uma recente checagem realizada por especialistas como os doutores Alejandro Lucía e Juan del Coso (4) revelou que, “a identificação do talento mediante análise de um só gene não é viável. O que parece claro que o perfil do atleta de elite é um traço poligenético, e, por isso, se forem utilizar testes genéticos na identificação de talentos, será necessário descobrir um maior número de polimorfismos para então combiná-los com modelos complexos de pontuação de genótipos (TGS)”. Com base nisto e nas técnicas genéticas comerciais utilizadas atualmente, os autores afirmam que, “os dados disponíveis sugerem que o uso das informações apresentadas nestes testes para a identificação ou seleção de talentos, especialmente em crianças, ainda necessita de muitos fundamentos”.
No entanto, inclusive quando são disponibilizadas informações e ferramentas mais precisas, como as pesquisas de associação do genoma completo (GWAS) ou a fixação de limiares de TGS para atletas de elite, sua frequência será significativamente diferente da prevista pela genética. De fato, existem muitos outros fatores que contribuem para criar um atleta de elite, como os fatores externos (condições econômicas e apoio social) ou fatores ambientais que podem modular a expressão genética durante períodos críticos de desenvolvimento (epigenética). Assim, os autores concluíram que, “parece pouco provável a possibilidade de se utilizarem informações genéticas na identificação, sem equívocos, de um futuro atleta de elite. Na melhor das hipóteses, as informações genéticas poderão representar um complemento potencialmente importante para os procedimentos para a identificação de talentos existentes, aprimorando o processo de seleção, permitindo que o processo de treinamento seja mais personalizado e que os atletas possam aproximar-se ainda mais da excelência”.
A equipe Barça Innovation Hub
REFERÊNCIAS
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